AEROBIOSE EM JEJUM: FAZER OU NÃO FAZER ?
Por: Waldemar Marques Guimarães Neto (Professor de Educação Física)
Osvaldo do Rosário Neto (Nutricionista)
"A gordura queima na fogueira dos carboidratos"! Quem nunca leu esta expressão em alguns livros ou ouviu de alguns professores, mestres e doutores referindo-se a ineficiência de realizar aerobiose em jejum? De uma forma geral, eles afirmam que a oxidação de lipídios só ocorre na presença de glicose. Após um período de jejum de aproximadamente 7-9 horas, segundo eles, não adianta realizar uma atividade aeróbica moderada para potencializar a lipólise, pois a reserva de glicogênio apresenta-se insuficiente para tal processo.
Em nossa experiência prescrevendo exatamente a atividade aeróbia em jejum durante quase duas década observamos justamente o contrário. Vale ressaltar que não é apenas a prática que corrobora a maior oxidação de gorduras quando o aeróbico é realizado em jejum. O pesquisador sueco Torbjorn Akerfeldt aponta ser possível solicitar três vezes mais gordura se exercitando pela manhã, em jejum, comparado à mesma atividade promovida no período da tarde após as refeições. Akerfeldt ainda recomenda pelo menos seis horas em jejum antes da atividade. Nessa situação, acredita Akerfeldt, que o organismo não tenha muito glicogênio estocado para ser solicitado como fonte de energia, ou seja, teria que ir direto aos depósitos de gordura para fornecimento de energia para que se possa completar a atividade.
Desde a publicação de seus estudos na renomada, mas extinta Revista norte americana Muscle Midia, no início da década de 1990, utilizamos sua proposta baseando-nos na tentativa com diversos atletas do bodybuilding internacional com sucesso. Nessa época estávamos no interior do maior templo do bodybuilding radical, nada menos do que a Temple Gym em Birmingham no Reino Unido. Muito embora não sedimentado em estudos conclusivos nessa época, nos foi muito eficiente a estratégia. Devem imaginar a estranhes que nos causou presunções opostas a efetividade de tal prática! Porém alguns estudos animadores vêm sedimentando nossas experiências.
No estado alimentado, a fonte predominante de energia é a reserva de glicogênio hepático e muscular, e a maior participação dos lipídios ocorre somente após 20-25 minutos de atividade. As proteínas, por meio da via proteolítica, são responsáveis por apenas 5-15% do fornecimento de energia neste processo. Já no estado de jejum, devido à baixa reserva de glicogênio e conseqüente reduzida participação da via glicolítica, a fonte predominante de energia são as gorduras, por meio da beta-oxidação, ou seja, os triglicerídeos são quebrados em glicerol e ácidos graxos e este último é convertido em Acetil CoA para posterior entrada no ciclo de Krebs e oxidação (CHAMPE, HARVEY, FERRIER, 1996). A literatura científica comprova que durante o aeróbio em jejum a presença de glicerol e ácidos graxos livres no sangue é significativamente maior do que no estado alimentado, reflexo da maior participação de gorduras (BOCK, RICHTER, RUSSEL et al, 2005; PACY, BARTON, WEBSTER, GARROW, 1985).
No jejum, a participação das proteínas se mantém entre 5-15% no processo de geração de energia, ou seja, o catabolismo muscular não é intenso desde que você não exagere no tempo e utilize alguns suplementos anti-catabólicos a fim de reduzir a proteólise.
Torbjorn relatou em seus experimentos que a proteína degradada diminuiu ao invés de aumentar durante a aerobiose em jejum. Em outras palavras, não se experimenta catabolismo muscular, mesmo em jejum. Em decorrência da grande utilização de ácidos graxos como fonte de energia no aeróbio em jejum. Segundo Champe e colaboradores (1996), ocorre um aumento significativo na produção de corpos cetônicos, responsáveis pela acidose sanguínea e conseqüente queda no rendimento, além de toxicidade quando presente em grandes quantidades.
O objetivo do aeróbico em jejum não é melhora de rendimento e sim maior queima de gorduras.
É importante salientar que sempre aconselhamos, mesmo para atletas confirmados, a introduzirem a aerobiose em jejum progressivamente, pois nem todas as pessoas se adaptam facilmente a atividades com essa natureza. Em estado de repouso, o organismo pode se adaptar ao jejum com certa facilidade, mas durante exercícios, a situação pode não ser tão simples. Muitas pessoas não conseguem se adaptar de forma eficiente à aerobiose em jejum e podem até desmaiar, reação de defesa do organismo que pode provocar danos neurais (AUER, 1983; DE COURTEN-MEYERS et al., 2000). Portanto, muito cuidado ao introduzir esse tipo de proposta. Normalmente, recomendamos para indivíduos aparentemente saudáveis, iniciar com um tempo de execução em torno de oito a 10 minutos, adicionando mais dois minutos a cada duas sessões até chegar a um período de 20 a 40 minutos de atividade.
Mas afinal, qual a relação da expressão "A gordura queima na fogueira dos carboidratos?"
No interior do ciclo de Krebs, existe um intermediário denominado oxalacetato, que é um dos responsáveis pelo funcionamento adequado do ciclo e oxidação do metabólito. A glicose é o principal precursor deste intermediário, ou seja, quando as reservas de glicogênio estão reduzidas a sua produção fica comprometida e o ciclo não "gira" com perfeição, não oxidando as gorduras de uma forma eficaz segundo alguns doutores. Informamos aos desinformados que a glicose não é o único precursor do oxalacetato, a via proteolítica também tem participação em menor grau (CURI, LAGRANHA, 2003). Além disso, nosso organismo é inteligente o suficiente para deixar reservada uma quantidade suficiente de glicose nas reservas corporais para atividade importantes, ou seja, a glicose ainda participará da produção deste intermediário, em menor grau é claro. Esta menor produção de oxalacetato causará uma queda de rendimento do indivíduo, mas ressaltamos novamente: o objetivo não é rendimento, e sim a oxidação de gorduras.
Algumas dicas importantes nesta atividade referem-se à utilização de algum termogênico antes do aeróbico a fim de potencializar a lipólise, a ingestão de 500 ml de água para prevenir desidratação, pois a água drena fluidos para dentro da célula e evita a quebra protéica; e a administração de aminoácidos de cadeia ramificada anteriormente com o objetivo de diminuir o catabolismo protéico e a espera de 20-30 minutos para realizar a primeira refeição do dia após esta atividade, pois o organismo continua a utilizar ácidos graxos após o exercício durante este tempo.
Destaca-se ainda que outro horário satisfatório para a inclusão de trabalho aeróbio efetivo para queima de gordura seria imediatamente após a sessão de treino com pesos. Após um treino com sobrecargas, que irá variar de acordo com os grupos musculares treinados, entre 30 e 40 minutos, costuma-se aproveitar o tempo que falta para completar uma hora ou uma hora e pouco, em um cicloergômetro qualquer. Nessa atividade extra já haveria uma solicitação lipídica maior, porque glicogênio já fora requerido em quantidade expressiva na atividade com pesos. Salientamos que essa estratégia não é utilizada no período off season, a não ser que a pessoa esteja concentrando mais gordura corporal do que o esperado nessa fase da preparação.
Diante disto, é evidente que a aerobiose em jejum é mais eficaz com o objetivo de maior oxidação de gorduras, contudo, o indivíduo sempre deve estar atento para não exagerar no tempo, da intensidade e no uso prolongado desta técnica, afinal todo exagero na vida é desaconselhado.

REFERÊNCIAS
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
BOCK, K.; RICHTER, E. A.; RUSSEL, A. P. et al. Exercise in the fasted state facilitates fibre type specific intramyocellular lipid breakdown and stimulates glycogen resynthesis in humans. J Physiol, v. 564, n. 2, p. 649-660, 2005.
PACY, P. J.; BARTON, N.; WEBSTER, J.; GARROW, J. S. The energy cost of aerobic exercise in fed and fasted normal subjects. The American Journal of Clinical Nutrition, p. 764-768, 1985.
CURI, R.; LAGRANHA, C. J.; PROCOPIO, J. Ciclo de Krebs como fator limitante na utilização de ácidos graxos durante o exercício aeróbico. Arq Bras Endocrinol Metab, v.47, n.2, p. 135-143, 2003.
AUER, R. N. Progress review: hypoglycemic brain damage. Stroke, v. 17, n. 4, p. 699-708, 1986. 
DE COURTEN-MYERS, G.; HWANG, J. H.; DUNN, R. S.; MILLS, A. S.; HOLLAND, S. K.; WAGNER, K. R.; MYERS, R.E. Hypoglycemic brain injury: potentiation from respiratory depression and injury aggravation from hyperglycemic treatment overshoots. J Cereb Blood Flow Metab, v. 20, n. 1, p. 82-92, 2000.


Musculação: Treinamento resistido para definição muscular.


Musculação é a execução de movimentos biomecânicos localizados em segmentos musculares definidos como a utilização de sobrecarga externa ou peso do próprio corpo (GUEDES Jr., 1998 apud GUEDES et al ,2006). O exercício contra resistência é uma metodologia de treinamento desportivo, cujo principal meio de treinamento é com pesos (barras, anilhas, halteres etc.), e a principal capacidade física (motora) treinada é a força. (GUEDES et al., 2006) 
Para realização de Treinos intervalados como musculação, o individuo  utiliza o sistema energético Anaeróbio (AN), que é dividido em sistema fosfagênio (ATP-PC) sendo uma forma de energia rápida (imediata) usada em movimento e exercícios de curta duração, entre 01 a 15 segundos de execução. (FOSS e KETEYIAN, 2000) e sistema lático que é predominante em treinos com duração média de 15 segundos a 3 minutos, e usado em exercícios de alta intensidade. (McARDIE et al, 1996).
 Definição muscular é um termo usado para dizer que o sujeito está com massa muscular visível. Para obter este resultado, o indivíduo necessita manter um percentual mínimo de gordura corporal, o que depende de vários fatores e um controle contínuo de sua composição corporal, para isto é necessário saber quanto ao certo se deve comer, uma das formas de se mensurar isto é através de uma soma de gasto energético diário, estas necessidades calóricas variam de acordo com sexo, tamanho corporal, idade e são reguladas por hormônios. (GUIMARÃES NETO, 2005). Para baixar o percentual de gordura, o que se ouve com freqüência é que as atividades devem ser de caráter aeróbio, estas atividades, por terem intensidade leve e moderada, permitem sua realização por um período prolongado, e utilizam como substrato energético, sobretudo, os ácidos graxos livres. (GUEDES et al, 2006). Para BOMPA (2002) este tipo exercício não atinge objetivo de eliminar gordura subcutânea, este autor indica e alega que o treino de musculação com baixa sobrecarga e muitas repetições com baixo tempo de intervalos entre as séries, consegue eliminar gordura subcutânea. No entanto, de acordo com GUEDES et al (2006) o que determinará a magnitude do emagrecimento não é o tipo de treino nem a solicitação dos substratos energéticos, mas sim o gasto calórico total.  
Quando o objetivo é definição muscular (eliminação de gordura) é comum que a dieta seja hipocalórica (baixa caloria) o que faz o individuo ficar mais fraco, desta forma impede que o treinamento se mantenha pesado, o que torna o treino de baixa intensidade e alto volume mais interessante (Di PASQUALE., 2006), porém se a dieta não for reduzida o treinamento normalmente utilizado para aumento de força e hipertrofia (baixo volume, alta intensidade) tornasse tão ou mais eficiente, já que este trabalho realiza maior consumo calórico, ressíntese de glicogênio e síntese de proteína muscular, além disto os exercícios contra resistência, independente da intensidade, trás ganho e fortalecimento da massa muscular, aceleração significativa do metabolismo e aumenta os níveis de hormônios do crescimento e testosterona, classificados como emagrecedores (DINIZ, J .2000; GUEDES et al, 2008; GENTIL 2005).
 Para PERES (2007) com exceção das primeiras semanas de treino, o organismo não eliminará gordura se estiver em um balanço energético positivo. Para se perder peso devesse seguir uma lógica matemática, se comer mais do que se consome ira engordar, da mesma forma que se consumir mais do que se ingere ira emagrecer. (GUIMARÃES NETO, 2004). É um consenso que a mistura de exercícios AN e AE e muito interessante e ajuda no consumo calórico e ambos os treinos tem seus benefícios, no entanto, a musculação é uma das atividades mais completas e eficientes para definição muscular, porém independente do tipo de treinamento o emagrecimento dependerá do balanço energético negativo. (GUEDES et al., 2006).          Referencia bibliográfica: BOMPA, Tudor o e CORNACCHI, Lorenzo J. Treinamento de Força Consciente. 2002 
DINIZ, Jocieldo. Musculação e redução de gordura, 2000, (www.fisiculturismo.com.br )

Dr. PASQUALE, Mauro Di, Dieta metabólica definitiva,.Phorte 2006

FOSS, Merle L  e KETEYIAN, Steven J. Fox - Base fisiológica do exercício e do esporte. Rio Janeiro, guanabara 2000.

GENTIL, Paulo. A verdade sobre aeróbios e emagrecimento. Gease 2002.    

GENTIL, Paulo. A musculação e o emagrecimento. Gease 2005

GUEDES, Dilmar P, SOUZA, Tácito P. Junior e ROCHA Alexandre C. Treinamento personalizado em musculação.  São Paulo, Phorte 2006.

GUIMARÂES, Waldemar Marques Neto. Anabolismo total. São Paulo, Phorte 2005.

GUIMARÂES, Waldemar Marques Neto. Um paradoxo na queima da gordura corporal. 04/11/2004
MCARDLE, Willian D, KATCH Victor L e KATCH Frank  I. Fisiologia do exercício Energia, nutrição e desempenho humano,  Rio de janeiro, Guanabara 1996.

PERES, Rodolfo. È possível ganhar massa muscular e perder gordura corporal ao mesmo tempo, 13-10-2007 (www.fisiculturismo.com.br )


PRECISO DE PROTEÍNA! QUAL SUPLEMENTO ESCOLHER?

A relação entre o
treinamento de musculação e uma adequada ingestão protéica já está bem
estabelecida. No entanto, devido às poucas opções de alimentos fonte de proteína
disponíveis, a suplementação alimentar acaba sendo praticamente inevitável para
aqueles que levam uma rotina de treinamento mais intensa. Na década de 70, essa
suplementação era realizada basicamente com claras de ovos desidratadas. Na
década de 80, além da albumina, a proteína de soja e alguns compostos de
aminoácidos também foram muito utilizados. Quando eu iniciei meus treinamentos
de musculação, bem no início dos anos 90, a albumina ainda reinava no mercado,
mas já se começava a falar em whey protein.

Sempre recomendo
para meus atletas e pacientes que a grande maioria da ingestão diária de
proteínas deve ser proveniente de fontes alimentares como: carnes vermelhas
magras, aves, peixes, frutos do mar, ovos, derivados do leite e soja (em alguns
casos). No entanto, em algumas situações (imediatamente antes ou após o treino),
a utilização de suplementos alimentares pode proporcionar maiores benefícios –
como a velocidade de absorção, por exemplo. Além de momentos em que a ingestão
de um alimento sólido torna-se complicada (ou você comeria um filé de peito de
frango na frente do seu chefe em uma reunião bem no meio da tarde?).

Nos
dias atuais, temos uma grande variedade de suplementos protéicos disponíveis no
mercado. Isto é fantástico, mas de nada adianta essa grande oferta, se não
houver um consumo adequado desses produtos. Neste artigo iremos discutir os
suplementos protéicos mais comuns e como poderiam ser
utilizados.


Whey protein

Sem dúvida
a whey protein é o suplemento mais vendido atualmente. Todo esse
destaque é merecido, visto que essa proteína, proveniente do soro do leite,
apresenta efeitos positivos no combate de alguns tipos de câncer, ação
antioxidante (glutationa - excelente para otimizar o processo de recuperação),
estimula a síntese protéica (rica em leucina), dentre outros efeitos.

Um
benefício da whey protein não muito comentando e muito importante,
seria a capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo para os músculos. A
whey contém peptídeos que inibem certa enzima (ACE) que possui ação
vasoconstritora. Isto proporciona um maior fornecimento de nutrientes, hormônios
anabólicos (GH e testosterona) e oxigênio para os músculos durante o exercício.
O resultado seria uma melhor performance durante o treinamento e uma ótima
recuperação/regeneração após.

Devido a sua capacidade de ser absorvida
rapidamente, os melhores horários para o uso de whey protein seriam:
desjejum, logo antes e logo após o treino. Dentre as formas desse suplemento
encontradas no mercado (concentrada, hidrolisada, isolada, isolada micro
particulada), a hidrolisada e a isolada micro particulada são as que possuem a
maior velocidade de absorção.


Caseína
micellar


Cerca de 80% da proteína do leite é caseína. Possui
grande concentração de glutamina, que possui inúmeros benefícios para um
indivíduo engajado em um treinamento intenso, fortalecendo o sistema imune e
estimulando a síntese protéica. A caseína é conhecida pela sua velocidade de
absorção mais lenta do que a whey protein, sendo perfeita para ser
utilizada como complemento protéico de refeições intermediárias e antes de
dormir. Alguns estudos apresentam benefícios em utilizar caseína micellar em
conjunto com whey protein imediatamente após o treino. Inclusive alguns
bodybuilders de sucesso, vêm utilizando essa fórmula e afirmam obter
grandes resultados.


Proteína do leite
isolada


Este suplemento (milk protein) apresenta os
benefícios protéicos do leite (caseína e whey protein), com remoção de
praticamente toda lactose e gordura encontradas no leite. Fornece geralmente
cerca de 85% de proteína, apresentando uma velocidade de absorção mais lenta do
que a whey protein. Portanto, é uma excelente escolha para ser
utilizada nas refeições intermediárias e antes de
dormir.


Proteína da carne em pó

Embora
possa parecer estranho, os suplementos a base de proteína da carne bovina
possuem uma rápida absorção. É removida toda a gordura da carne, restando os
aminoácidos e outras substâncias interessantes, como a creatina. São ótimas
opções para quem possui intolerância à lactose e/ou outras substâncias presentes
no leite de vaca. Devido à capacidade de rápida absorção, é uma boa alternativa
para ser utilizada no desjejum, logo antes e logo após o
treinamento.


Proteína da clara do ovo -
Albumina


Apesar de já ter tido seus anos de glória, a albumina
ainda pode ser muito bem utilizada, visto seu alto valor biológico. A albumina é
rica em BCAAS e em arginina, auxiliando respectivamente na síntese protéica e no
estímulo a produção de óxido nítrico.  A clara do ovo contém mais de 40
diferentes tipos de proteína, mas cerca de 55% é albumina. Possui uma absorção
mais rápida do que a caseína micellar e mais lenta do que a whey
protein
. Pode ser muito bem utilizada nas refeições intermediárias e/ou
antes de dormir (com caseína). A albumina é muito conhecida por seus efeitos
quanto ao aumento da flatulência. Uma sugestão seria mastigar muito bem os
alimentos se estiver usando essa suplementação. Com isto, a ingestão de ar
reduziria consideravelmente. Como tudo que entra, tem que sair... Bom, façam o
teste e verão que funciona.


Proteína da soja

Muitos adeptos da musculação simplesmente desprezam a proteína
de soja devido à presença de fito estrógenos, com o medo de reduzir a produção
endógena de testosterona. Diversos estudos já comprovaram de que esta relação é
uma falácia. A proteína isolada de soja é uma excelente fonte protéica,
inclusive do aminoácido arginina. Este aminoácido auxilia nos níveis de óxido
nítrico e hormônio do crescimento.

Também possui uma excelente
concentração de antioxidantes. Em períodos de redução da gordura corporal, a
proteína isolada de soja apresenta um ótimo papel, visto que apresenta um
auxílio no controle do apetite e melhor ajuste dos hormônios tireoidianos.
Apresenta velocidade de absorção mais lenta do que a whey protein e
mais rápida do que a caseína. Alguns estudos demonstram que sua utilização pode
ser bem útil em conjunto com a whey protein tanto no período pré como
no período pós treino. O uso no período pré-treino se justificaria devido à
presença de arginina e o uso no período pós-treino devido à presença dos
antioxidantes. Uma outra dica seria o uso de proteína isolada de soja em
conjunto com caseína micellar e albumina nas refeições intermediárias, fazendo
portanto, um mix protéico da mais alta qualidade.

Como vimos, temos
ótimas opções de suplementos protéicos disponíveis no mercado. Tudo irá depender
da necessidade, características da dieta e disponibilidade financeira. Lembre-se
que grandes campeões do passado como Arnold Schwarzenegger, Sergio Oliva, Franco
Columbo, Frank Zane, dentre outros, não possuíam toda esta variedade a
disposição e mesmo assim conseguiram resultados fantásticos! O grande
determinante do sucesso ainda é a determinação de cada um! Para evitar um uso
inadequado da suplementação alimentar, busque sempre orientação com um
nutricionista esportivo.

 

SUPLEMENTOS ALIMENTARES – POR QUE PRECISAMOS DELES?

Quem pode usar suplemento? Somente atletas devem
utilizá-los?

Muitas pessoas têm dúvidas quanto a isso. De fato, existem
produtos associados diretamente à atividade física devido a seus efeitos
ergogênicos, tais como: creatina e/ou cafeína. Mas a maioria dos suplementos
alimentares, como os pós protéicos e/ou refeições líquidas, na verdade, se
consiste em uma forma mais prática no consumo de nutrientes importantes para
nossa saúde. Podemos até ousar em dizer que grande parte dos suplementos
poderiam ser classificados como alimentos em pó.

Uma pessoa, mesmo que
sedentária, não poderia fazer uma refeição líquida rica em proteínas, adequada
em carboidratos e pobre em gorduras, como uma prática opção de lanche da tarde?
Muito melhor do que a usual coxinha com refrigerante ou do que o pão francês com
mortadela com refrigerante, não é mesmo? Um idoso que apresenta dificuldade na
obtenção de proteína por meio da dieta, devido à dificuldade no processo de
mastigação, não poderia enriquecer uma ou duas refeições do seu dia com proteína
em pó? Ou precisa ser atleta para isso? Melhor um adolescente levar uma barra
protéica para o colégio ou comer um salgado de salsicha acompanhado de suco
artificial cheio de açúcar?

Vários suplementos podem ser utilizados para
complementar a alimentação, fornecendo uma maior gama de nutrientes com grande
praticidade. Em nosso dia-a-dia repleto de obrigações, fica muito difícil se ter
à disposição alimentos frescos nos horários exatos.

Como assim? Como
podemos dizer que suplementos são alimentos em pó! O alimento não é natural e os
suplementos são “artificiais”?

Vamos pensar um pouco na nossa história,
tomando como exemplo um alimento comumente encontrado em nossas refeições: o
milho.

Um campo cultivado com milho, ou com qualquer outro produto
agrícola, é tão manufaturado ou fabricado pelo homem quanto um suplemento. O
milho é o resultado da propagação, pelos seres humanos, de uma série de mutações
genéticas aleatórias que o transformaram de uma simples erva num estranho e
gigantesco mutante que não pode mais sobreviver na natureza sozinho. O milho é
descendente do teosinto, um capim silvestre nativo na região do México.
 As duas plantas parecem muito diferentes, porém, algumas mutações genéticas
foram suficientes para transformar uma na outra. Hoje, para que o pé de milho
cresça, os grãos devem ser manualmente separados do sabugo e plantados a uma
distância suficiente uns dos outros – algo que somente seres humanos podem
fazer. O porquê de tudo isso? Simplesmente para melhorar sua conveniência, o
mesmo processo hoje feito com os suplementos alimentares.

Essa
explicação também é válida para o arroz e o trigo, só para citar outros
alimentos que não são “naturalmente” encontrados na natureza.

Por mais
que gostemos de pensar na agricultura como uma atividade natural, há 10 mil anos
ela era uma estranha inovação. Para caçadores/coletores da Idade da Pedra,
campos cuidadosamente cultivadosseria uma visão inusitada.

O cultivo de
terras é um projeto tão tecnológico quanto biológico. E no grande plano da
existência humana, as plantações agrícolas são invenções muito recentes. Se os
150 mil anos de existência dos seres humanos modernos fossem transformados em
uma hora, somente nos últimos quatro minutos e meio eles teriam começado a
adotar a agricultura, e ela só teria se tornado o meio dominante de subsistência
no último minuto e meio. A troca operada pela humanidade entre a procura de
alimentos e a lavoura, de um meio natural para um meio tecnológico de produção
de alimentos, foi recente e repentina. Os seres humanos primitivos subsistiam de
plantas coletadas e de animais caçados na natureza.

Outro exemplo
clássico são as cenouras.

Não são “naturais”?

Originalmente,
apareciam nas cores púrpura, branca e amarela. A cenoura laranja, que é hoje
sinónimo de “cenoura”, foi desenvolvida na Holanda, tributo ao príncipe
Guilherme I de Orange (“orange" = "laranja"), pasmem vocês.

Portanto,
para muitas pessoas, quando se fala em suplemento alimentar, parece que estamos
falando de algo medicamentoso, específico e que deve ser usado com grande
cuidado. Mas a maioria dos suplementos alimentares é tão “natural” quanto o
milho ou a cenoura.

Ao meu ver, assim como nos Estados Unidos, produtos
como whey protein, caseína, maltodextrina, mix protéicos, refeições
líquidas, deveriam ser vendidos em supermercados, nas conveniências dos postos
de gasolina, lanchonetes, ou seja, estar à disposição de toda a
população.

O suplemento alimentar não é algo tão complexo quanto
parece. Ele pode ser a solução para vários erros alimentares de diversas
pessoas, inclusive para quem não pratica atividade física. Como exemplo, podemos
citar o RX Pro da Probiótica, no qual quatro medidas do produto equivale a
aproximadamente 100 gramas de batata doce e 200 gramas de peito de frango. Ou
ainda, podemos citar a albumina em pó, na qual uma colher de sopa equivale a
quatro claras de ovos.

Do outro lado da moeda, temos aqueles indivíduos
que acreditam no suplemento como algo milagroso, que irá proporcionar um físico
maravilhoso dentro de dias, o que não é verdade.

Lembrando que de nada
adianta ter a disposição os melhores suplementos se não existe informação para
seu uso. Consulte sempre seu nutricionista a fim de obter as informações
necessárias quanto à adequação de uma eventual suplementação na sua rotina
dentro de suas reais necessidades.